
Divinas mãos, e pés, peito rasgado,
Chagas em brandas carnes empremidas,
Meu Deus, que por salvar almas perdidas,
Por elas quereis ser crucificado:
Outra fé, outro amor, outro cuidado,
Outras dores às vossas são devidas,
Outros corações limpos, outras vidas,
Outro querer no vosso transformado:
Em vós se encerrou toda a piedade,
Ficou no mundo só toda a crueza;
Por isso cada um deu do que tinha:
Claros sinais de amor, ah saudade!
Minha consolação, minha firmeza,
Chagas de meu Senhor, redenção minha.
(Frei Agostinho da Cruz – século XVI)
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